Do brincar ao fantasiar: algo sobre a arte


Muitos perguntam indicação de filmes que deem ensinamentos para vida. Uma obra artística não vai tocar a todas as pessoas do mesmo jeito, que é o que nos faz aprender. No entanto, a arte tem uma forma especial de sensibilizar-nos

Freud tinha escrito que um escritor criativo (portanto, um artista) e uma criança têm características comuns. Esta brinca, ou seja, tem  interesse no mundo que transformou para funcionar do jeito que mais lhe agrade; aquele fantasia, ou melhor, devaneia, pois não renuncia o prazer de suas brincadeiras de infância. Aliás, o vienense já havia comentado que os pequenos cativam os adultos devido ao seu "olhar para o próprio umbigo" quando realizam seus atos sem ter vergonha dos outros.  Em outras palavras, mais um motivo para ficarmos enfeitiçados pela produção de arte




O artista sobretudo pontecializa sua percepção da realidade como uma antena, pois capta de maneira extraordinária o que acontece na sociedade e no humano de seu tempo.  Essa ampliação dos sentidos também alcança elementos primitivos e desagradáveis comuns em nós. Freud diz que o problema maior para o adulto é ter vergonha de suas fantasias; elas são infantis ou proibidas. A transformação subjetiva (por meio da sublimação?) do criador de arte leva-o a driblar o incômodo das fantasias adultas. Por meio de sua obra, transforma aquilo que sente em algo que possa compartilhar


O pai da Psicanálise comenta ainda que a irrealidade do mundo criado pelo artista possibilita que questões difíceis e dolorosas causem prazer no espectador ao serem interpretadas num jogo imaginativo. Freud afirma que a verdadeira arte poética nos seduz por um prazer preliminar, oferecido pela estética, afim de ultrapassar as barreiras de repulsa do adulto e alcançar a fruição da exposição dos desejos ocultos


Lacan várias vezes fala que a comunicação (ou a tentativa dessa) torna possível a convivência humana. A arte transmite o humano que reconhecemos ou que não queremos reconhecer


E tudo isso é distante da maioria de nós? Não. Creio que o artista encara, corajosamente, essa tarefa como sendo a seu principal e mais constante modo de se relacionar com o mundo. Porém, podemos também ter nossa aventuras artísticas; elas fazem um bem danado para nossa vida

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